Chaves assinalou Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres
- Grupo 36 Chaves Amnistia Internacional
- 5 de dez. de 2014
- 3 min de leitura
O Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres foi assinalado com várias actividades um pouco por todo o país e Chaves não foi excepção. No Centro Cultural foi exibido o filme “A Parede, que retrata a história de duas pessoas que sofrem de violência, e de seguida foi aberto um debate que serviu essencialmente para alertar e sensibilizar as pessoas sobre os casos de violência generalizados que têm vindo a aumentar no país. O filme “A Parede”, protagonizado pelos actores António Capelo, Cláudia Jacques e Miguel Ângelo, é baseado em factos verídicos e retrata a história de duas pessoas que sofrem de dois tipos de violência distintos: por um lado, a violência doméstica e, por outro, o “bullying” nas escolas. Assim, de uma forma simples, “A Parede” vai quebrando preconceitos e põe “preto no branco” duas realidades que continuam a afectar a sociedade portuguesa. Realizado por Carlos Costa, “A Parede” foi o ponto de partida para o debate sobre a violência contra as mulheres, na terça-feira, 25 de Novembro, que reuniu um dos membros do Grupo de Chaves da Amnistia Internacional, a presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Chaves, o presidente da Câmara de Chaves, um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) e os principais responsáveis pela realização do filme “A Parede”. A violência doméstica contra as mulheres tem vindo a aumentar em Portugal e abrange vítimas de todas as condições e estratos sociais económicos, sendo que, de acordo com o relatório intercalar do Observatório de Mulheres Assassinadas, no final do mês de Julho, referia que só nos primeiros seis meses de 2014, 24 mulheres foram mortas, na maioria das vezes em casa e pela pessoa com quem mantinham ou tinham tido uma relação de intimidade. O grupo etário que registou mais mortes foi o das mulheres com idades superiores a 65 anos, sete casos. Seguiam-se os escalões dos 36 aos 50 anos e 51 aos 64, cada com seis casos. Entre os 24 e os 35 anos foram assassinadas quatro mulheres. “Quando falamos de violência doméstica contra as mulheres ou outro tipo de violência falamos dos Direitos Humanos que estão aqui a ser violados”, começou por dizer Brigite Gonçalves do Grupo de Chaves da Amnistia Internacional. “Os actos de violência são atentados à dignidade da pessoa humana, são atentados à liberdade, seja essa violência perpetrada em crianças, em jovens mulheres ou adultas”. Relativamente à violência doméstica Brigite Gonçalves chamou atenção para o sentimento de culpa e de submissão sentido pelas mulheres que muitas vezes as mantém “presas” ao casamento. A presidente da CPCJ, Márcia Teixeira, alertou para o crescente número de casos de violência doméstica, que abrange todos os estratos sociais e económicos da população. Neste sentido, é importante que “a sociedade esteja atenta aos casos de violência e que alerte as polícias, PSP ou GNR, para que se possa combater a violência doméstica contra as mulheres”, referiu Márcia Teixeira. No mesmo sentido, o representante da PSP frisou que todos nós devemos denunciar os casos de violência. “Se tivermos um vizinho que sintamos que esteja a ser vítima de violência doméstica ou bullying cabe a nós denunciar para que se lute contra esta forma de crime que é público”, disse. Por seu turno, o presidente da Câmara de Chaves lembrou que também deve ser assinalado neste dia a violência contra os idosos. “Começa a ser crescente o número de casos de violência em que os filhos ou outros familiares infligem sobre os idosos. Essas situações são deploráveis e devem ser denunciadas”, afirmou António Cabeleira. Desta forma, no final a mensagem contra a violência foi clara: todas as forças com poder de decisão, forças policiais e cidadãos em geral devem unir esforços para que se acabe com um dos maiores flagelos que atingem Portugal e o resto do Mundo.
(redação do Diário Atual)

Comments